128 toquaom com nenhŕa outra gemte nem comem senão com naires, não bebem vinho, não dormem com molheres baixas, tudo isto sob pena de morte; quamdo vão por camynho ou rua vam bradamdo aos vilões que se afastem e per omde am-de pasar elles o fazem, e não queremdo fazer o naire o pode matar sem pena; e aimda que seja moço Àdalguo muito pobre e sem valia, achamdo no camynho huum homem baixo muy riquo e omrrado e muy favorecido d’el-rey, asy o faz afastar como se elle fose huum rey, e nisto tem os naires muy gramde prymor e asy o fazem as molheres as outras. Isto dizem que ho fazem por não macularem seu samgue. Se huum destes vilões por desastre ou vomtade toquar algŕa molher naire seus paremtes a matão loguo e a elle e a quamtos paremtes tem se os podem aver a mão. Se estes naires mamdão fazer algŕa obra aos vilãos ou lhe compra algŕa cousa o mamdão de pesoa a pesoa, não tem outra pena toquamdo-se com elles e serem obriguados a não emtrarem em suas casas sem prymeiro lavar e troquar os vestidos que traz com houtros lavados, e asy fazem as molheres, mas este comercio a-de ser fora e não em casa; despois que sam demtro nas cidades algŕa cousa se toquam mais com a gentes, mas todavia os vilãos am-se de cheguar as paredes e deixa-los pasar. Nas cidades não emtra molher nenhŕa de naire sob pena de morte senão hŕa vez no ano pera ho que tem hŕa noite ordenada em que podem amdar com seus naires per omde quixerem. Nesta noite emtrão, primcipalmente em Qualecu, mais de vimte mil molheres todas de naires; os moradores da cidade por os omrrarem poem esta noite muitas camdeas pollas ruas, as casas das pesoas primcipaes estão todas muito alquatifadas e paramemtadas de riquos panos; as naires emtrão a ver as casas dos amyguos omde recebem muitas dadivas e guazalhado, comvido-nas com betelle que hamtr’[el]es se custumão e a por omrra; dellas vem embusadas dellas de praça. Tambem vem as mais e irmas [e] sobrinhas dos reis a ver as cidades e toda a noite as amdão vemdo
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