A ilha de Ceilão Deixamdo estas ilhas de Maldio, imdo mas ao diamte, esta a gramde ilha de Ceilão, omde el-rey nosso Senhor [tem] hŕa fortaleza de trato novamemte feita, que fes Lopo Soares semdo guovernador da Imdia. Esta ilha e abitada de gemtios. Nos portos de mar della vivem muitos mouros em gramdes povoações que estão a obediemcia do rey da terra, são gramdes, gramdes mercadores os [a]bitadores della, asy mouros como gemtios, são omens groso e bem apesoados, são baços quaise bramquos e pola maior parte barregudos, muy visosos, não emtendem em cousas d’armas nem as tem, são todos mercadores dados a boa vida; amdão nus da cimta pera sima, pera baixo se cobrem com panos de seda e algodão, touquynhas nas cabeças, as orelhas furadas com muito ouro nellas. Nesta ilha nase boa e verdadeira canella, nase pelos momtes em arvores como louros, el-rey a mamda cortar em ramos delguados e mamdamdo-lhe tirar a casqua e a mamda secar em certos meses do anno, e da sua mão a da aos mercadores que a vem comprar porque nenhum morador da terra a pode colher senão el-rey. Criam-se nesta ilha muitos alifamtes bravos que el-rey mamda tomar e amamsar e os vemde aos mercadores de Charamamdel e de Narcimgua, Malabar, Daquem e de Cambaia que os aquy vem busquar, os quais se tomão desta maneira: poem huum alifamte femea por aneguaça no momte omde se elles crião presa ao pee de hŕa arvore com muy grosas cadeas; darredor lhe fazem tres ou quatro covas muy gramdes cubertas de madeira muito delguada com terra por cima e mais çutilmemte que podem; os alifamtes bravos vemdo a femea caom (sic) [caiem] naquelas covas omde os tem sete ou oito dias e aly os esfaimão vegiamdo-os de noite e de dia e muitos omens que os não deixão durmir, falamdo-lhe ate que os amamçam damdo-lhe comer por suas mãos, e despois que os tem muy aquebramtados e manços os premdem com cadeas muy grosas; e o tirar da cova lhe lamçom demtro tamta rama que o alifamte 154
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