48 Derredor destes lugares estão muytas quintans e erdades que hos mouros honrrados d’Ormuz tem nesta terra Àrme omde vem pelo verão folgar e recolher suas novidades e fruytas. Passando este lugar de Profão, asyma esta outro que chamão Julfar, omde vive muyto honrrada jente e muytos navegantes e grosos mercadores; aquy se pesca muyto aljofar e perolas grandes, que hos mercadores d’Ormuz vem comprar pera levarem caminho da Imdya e pera outras muytas partes; rende ho trato deste lugar muy grande soma de dinheyro a el-rey d’Ormuz, e tambem ho rendem os outros todos. Pasando estes lugares de Porfão esta de lo[n]go da costa outros lugares dos quais huum se chama Recoyma, que he hum muy grande luga r, e alem deste outro que tem hŕa fortaleza que chamão Caluão que el-rey d’Ormuz aly tem em defensão das suas terras, porque haho sertão de todos estes lugares, vivem muytos mouros a maneyra d’alarves, que são governados por xeques que as vezes vem sobre estes lugares e lhe fazem guerra, a qual gente muytas vezes se alevanta contra seu rey. Reino d’Ormuz em Persia O mesmo rey d’Urmuz tem ao longuo da costa de Persya muytos lugares e ilhas abitadas que aquy nomearey cada hŕa per sy e depois contarey da ilha d’Ormuz e da sua cidade e do dito rey e seus custumes. Em a costa da Persya, caminho da Imdia, tem el-rey de Persya[1] (sic) hum muyto boom lugar que chamão Bayão, povoado de jente muy omrada, omde tem seus governadores, o qual lhe rende muyto dinheyro; passamdo este esta loguo outro tambem de lomguo da costa que chamão Devyxar, passamdo o qual esta outro que chamão Saquiom; pasamdo este estão ao lomguo da costa muytos lugares pequenos e esta hum que chamão Nabando, do qual vay muyta agoa doce a Ormuz em huns barquos pequenos que chamão terradas, a qual levão pera beber a gente da cidade por demtro na ilha não aver nenhŕa agoa, de 1. Lapso do copista: deve ser Ormuz.
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