A Momentous Journey

arroz; daquy vay casy todo ho que se carega em Baticala e deredor deste lugar o semeão em vales e varzeas alagadiças, porque em agoa se semea e nela se colhe. Lavrão ha terra com bois e bufaros a nosa maneyra, de dous em dous, e o ferro do arado tem huum vão em que leva ho arroz quando ha terra esta alagada e imdo ho ferro lavrando vay o arroz Àcando de bayxo d’agoa e terra, na que esta enxuta ho semeão a mãoo, e cad’ano da esta terra duas novidades, o primeiro he giraçall e he milhor, ho segundo chamado acal, ao outro chamão quavagaz, ho outro pachari, e cada huum tem muyto deferente preço. Bacanor e Bracalor Imdo mais ao diante, pasando Majamdur, ao longuo da costa estão dous rios pequenos em que estão dous lugares, ha hum chamão Bacanor e a outro Bracalor que são do reyno de Narsyngua nesta provincia de Tolinate. Ha neles muyto bom arroz que se cria derredor deles e se careguão muytas dele, muytas naos de fora e muytas do Malabar e levão-no depois debulhado e limpo metido em fardos da propia palha dele, todos são de hŕa medida; ara cada huum quatro alqueires e meio e val cada huum cento e cimquenta e duzentos reais segundo a calidade do arroz. Muyta soma delle se leva tãobem daquy pera Urmuz, Adem, Xaer, Cananor, Calecu a troquo de cobre, e cocos, azeite deles e jagra, mas no Malabar se gasta ho mais dele que em nenhŕa parte por hos malabares não terem outro mantimento. E posto que ha terra he pequena, he tão povoada e chea de gente que bem podiamos dizer todo hŕa cidade, do monte Dely ate Coulão. Cumbola Ao longuo da costa, caminho do Malabar, esta outro lugar deste propio reino e provincia que chamão Cumbola. Colhe-se nele muyta cantidade d’arroz preto, muyto roym, que hos malabares vem comprar e caregar em zambuquos pera venderem a gente meuda que ho comprão 89

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